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Geração distribuída: conheça as regras para gerar sua própria energia

Atualizado: 25 de out. de 2022

Entenda o que é geração distribuída e como usar essa modalidade para gerar energia fotovoltaica para consumo próprio


Linhas de transmissão de energia elétrica da geração convencional. A geração distribuída, por outro lado, é feita no próprio local de consumo ou muito próximo a ele. Fonte: NeoElectric

Geração distribuída (GD) é o nome dado a um tipo de energia elétrica gerado no próprio local de consumo ou muito próximo a ele.


Essa estratégia tem inúmeras vantagens: ao invés de depender do modelo tradicional de grandes usinas e redes de transmissão, os consumidores podem usar geradores de pequeno porte para produzir sua própria energia a partir de fontes renováveis, como a energia solar fotovoltaica.


Entenda a diferença entre geração convencional e distribuída, saiba como funciona a GD no Brasil e como fazer para gerar sua própria energia e economizar até 95% na conta de luz:


Geração convencional versus geração distribuída


A geração convencional de energia é aquela oferecida pelas concessionárias públicas e privadas, como a Enel em São Paulo ou a Cemig em Minas Gerais.


Essas empresas distribuidoras de energia conectam unidades geradoras, como usinas hidrelétricas, ao público através de vias de transmissão e distribuição que levam fios condutores, transformadores e equipamentos de medição, controle e proteção da rede elétrica.


Esse sistema trabalha com linhas de baixa tensão – que atendem casas, pequenos comércios e a iluminação pública – e linhas de média e alta tensão, que atendem médias e grandes empresas ou indústrias.


Até pouco tempo atrás, essa era a única maneira de se consumir energia elétrica no Brasil. Nas últimas décadas, porém, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) regulamentou um novo tipo comercialização e distribuição de energia, chamado de geração distribuída.


Na GD, as fontes de energia devem ser renováveis ou de cogeração qualificada, além de estarem obrigatoriamente próximas ao consumidor. Isso não só diminui os custos com a transmissão, como também reduz bastante os impactos ambientais.



Como funciona a geração distribuída no Brasil


A energia solar fotovoltaica é uma das mais propícias para a GD e a fonte mais utilizada para micro e minigeração distribuída no nosso país.


Geralmente, o consumidor instala um sistema de energia solar on grid, o qual usa placas solares para gerar energia para consumo em sua própria residência ou empresa, mas continua conectado à rede da concessionária de sua região.


Assim, a energia produzida pelas placas solares continua sendo distribuída pela infraestrutura da concessionária, sem necessidade de baterias para armazená-la. Além disso, o consumidor pode fornecer qualquer kilowatt excedente gerado para a distribuidora, obtendo em troca créditos de energia que podem ser usados em de até 5 anos.


Por esse motivo, o termo “geração distribuída” é frequentemente usado como sinônimo de tal sistema de compensação de energia elétrica. Nesse modelo, sempre que existir um saldo positivo, ou seja, sempre que suas placas gerarem mais energia do que você consumiu, um crédito equivalente em kWh será concedido em sua conta.


Esse crédito pode ser utilizado na própria unidade de consumo (onde fica o sistema fotovoltaico) ou em outros estabelecimentos de mesma titularidade, cuja conta de luz esteja no mesmo CPF ou CNPJ. É importante observar, no entanto, que não é possível vender os créditos ou a energia excedente gerada.



Modalidades de geração distribuída


Existem quatro principais modalidades de GD para energia solar fotovoltaica: autoconsumo; autoconsumo remoto; empreendimento com múltiplas unidades geradoras e geração compartilhada.


Autoconsumo


É a mais comum, utilizada principalmente em casas. Nesta modalidade, o consumidor (pessoa física ou jurídica) geralmente instala um sistema on grid em sua propriedade, gerando energia no mesmo local onde a consome. O sistema utiliza o mesmo ponto de conexão com a concessionária e a energia gerada é usada para abater o consumo da unidade, sendo impossível transferir tais créditos para outras unidades.


Autoconsumo remoto


Nesta modalidade, o consumidor (pessoa física ou jurídica) pode instalar um sistema em uma unidade consumidora e utilizar os créditos gerados para abater o consumo de outras propriedades de mesma titularidade (CPF ou CPNJ) que fiquem dentro da mesma área de concessão da distribuidora. Você pode, por exemplo, usar os créditos gerados pelo sistema de sua casa para reduzir ou zerar a conta de luz de sua fazenda também. Ou, no caso de comércios e empresas, pode usar créditos para abater a conta de luz de outras filiais, por exemplo.


Geração compartilhada


Na geração compartilhada, um sistema de energia solar on grid pode ser instalado em um local e gerar créditos que serão usados por um ou mais consumidores com CPFs ou CNPJs diferentes, todos dentro da mesma área de concessão. Esse tipo de GD pode, em alguns casos, levar a uma economia mais imediata, uma vez que o investimento inicial pode ser dividido.


Condomínio solar


Nesta modalidade, condomínios residenciais ou comerciais com múltiplas unidades consumidoras podem se unir para instalar um sistema on grid e usar os créditos gerados para abater do consumo total de cada unidade, ou da área comum do empreendimento, por exemplo.


Vantagens da geração distribuída


Os maiores benefícios da GD vêm da sua descentralização. Ao ser gerada próxima aos pontos de consumo, ela evita perdas na distribuição, muito comuns nas linhas de transmissão convencionais. Menos desperdício e mais eficiência.


Outra vantagem é sua simplicidade em comparação com a geração tradicional. O custo para operar e manter grandes usinas e linhas de transmissão e distribuição é muito alto, além do potencial de impactos ambientais graves.


A GD também promove maior equilíbrio na rede de distribuição, movimenta diversos setores da economia, gerando empregos e estimulando o desenvolvimento da cadeia produtiva nacional, e torna a matriz energética do país mais limpa e sustentável, graças ao uso de fontes alternativas e renováveis.


Por fim, ajuda a diversificar essa matriz energética, o que é muito importante de um ponto de vista estratégico. Ao depender de apenas um tipo de energia, há maiores chances de sofrer com crises e racionamentos. Por exemplo, hoje, mais de 60% da energia no Brasil vem das hidrelétricas, causando sérios problemas em tempos de seca.


Além dos diversos benefícios da GD para a sociedade, ter um sistema fotovoltaico e gerar sua própria energia é muito vantajoso também do ponto de vista individual e financeiro. Ou seja, não só você contribui para o país e para o planeta como um todo, como economiza até 95% na sua conta de luz.


Geração distribuída: o que diz a legislação?


A expressão “geração distribuída” foi usada pela primeira vez em 2004 pelo Decreto Lei nº 5.163, mas ainda não era muito acessível. Tornou-se mais comum entre os consumidores através da Resolução Normativa nº 482 de 2012, que permitiu o acesso à rede de distribuição de baixa tensão com o objetivo de produzir energia elétrica para autoconsumo.


Essa resolução foi revisada e ampliada pela RN nº 687 em 2015 e, em 2022, finalmente, foi promulgada a Lei nº 14.300 que instituiu o marco legal da microgeração e minigeração distribuída, entre outras providências.



No geral, a legislação brasileira permite todas as modalidades de GD mencionadas acima, sem depender de concessões governamentais. A burocracia é, em geral, simplificada – por exemplo, no caso do sistema on grid, é preciso fazer um projeto junto com profissionais (técnicos habilitados) e homologá-lo junto à concessionária para poder conectar o sistema e começar a economizar na conta de luz. Os prazos de solicitação de acesso e instalação do sistema são relativamente rápidos (saiba tudo sobre este processo aqui).


Outro ponto importante é que, legalmente falando, existe um limite de potência que você pode gerar na GD:

  • Microgeração distribuída - central geradora de energia elétrica com potência instalada menor ou igual a 75 kW (setenta e cinco quilowatts);

  • Minigeração distribuída - central geradora de energia elétrica com potência instalada maior que 75 kW (setenta e cinco quilowatts) e menor ou igual a 5 MW (cinco megawatts) para as fontes despacháveis (como a energia solar fotovoltaica).

A lei também mudou a maneira como funciona o sistema de compensação de créditos para quem tem um sistema on grid. A partir de 2023, os consumidores terão que pagar um percentual da “Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição” (TUSD) da conta de luz, destinada a arcar com a manutenção das linhas de distribuição utilizadas por quem está conectado à concessionária. Com isso, a economia máxima na conta, hoje em cerca de 95%, deve se tornar um pouco menor, mas ainda bastante vantajosa.


A boa notícia é quem instalar e homologar um sistema fotovoltaico ainda este ano ficará livre desta cobrança por pelo menos 25 anos, mais um dos benefícios da GD e um excelente motivo para investir na energia solar o quanto antes.

Gostaria de ter um sistema fotovoltaico e gerar sua própria energia? Entre em contato conosco! Será um prazer ajudá-lo a economizar com mais eficiência e sustentabilidade.

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