Conheça modalidades de geração de energia compartilhada como o "streaming" de energia solar e o condomínio solar e como eles funcionam
Você já ouviu falar de energia solar por assinatura?
Esse serviço é uma alternativa para quem não tem espaço ou capital de investimento para instalar placas solares em seu estabelecimento, mas deseja ter acesso à economia e sustentabilidade geradas por essa fonte renovável.
Através deste modelo de negócios, você paga uma mensalidade para uma fazenda solar e utiliza a eletricidade gerada em outro lugar, o que leva a uma redução média na conta de luz de 10 a 15%, podendo ultrapassar esse percentual.
Veja como funciona a assinatura de energia solar e quem pode ter uma fazenda solar para compartilhar ou vender energia:
O que é energia solar por assinatura?
Energia solar por assinatura é um modelo de negócios de geração compartilhada de energia elétrica derivado do setor da geração distribuída. Esse setor existe desde 2015, mas só recentemente foi regulado pela Lei 14.300/22.
O texto do “marco legal da microgeração e minigeração distribuída” prevê a associação entre pessoas físicas e jurídicas para geração de energia, o que possibilitou o surgimento de novos tipos de contratos, como o chamado “streaming de energia solar”.
De forma simplificada, a geração compartilhada permite que um conjunto de pessoas crie uma fazenda solar e compartilhe a energia gerada entre si e/ou com outros consumidores. As exigências para a formação de tal fazenda são as seguintes:
reunião de dois ou mais consumidores, sejam eles pessoa física ou jurídica, por meio de consórcio ou cooperativa;
que esses consumidores estejam dentro da mesma área de concessão de energia;
que o local de geração seja diferente das unidades onde a energia excedente será utilizada.
Como funciona a assinatura de energia
A fazenda solar possui um sistema de geração de energia on grid, ou seja, conectado à rede da concessionária da sua região. A energia produzida é injetada na rede e transformada em créditos que podem ser abatidos de qualquer conta de luz, desde que ela esteja dentro da área de concessão.
Por exemplo, uma residência na cidade de São Paulo com consumo médio mensal de 300 quilowatt-hora por mês (kWh/mês) na área de concessão da Enel pode comprar os créditos equivalentes de uma empresa de energia solar que também seja atendida pela Enel.
O tipo de contrato varia, mas, normalmente, funciona como um “streaming” no qual você assina a energia solar, paga uma mensalidade inferior à sua conta de luz atual e pode cancelar a qualquer momento, com ou sem taxas.
Outra vantagem desse modelo é que o consumidor fica livre da bandeira tarifária, de forma que sua conta não aumenta em períodos de escassez de chuva, por exemplo. Uma vez que a energia solar é uma fonte renovável e limpa, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) criou essa “recompensa” para estimular o seu uso.
Além desse fator, a redução no custo vem do fato de que você pode negociar os créditos por um valor mais vantajoso em comparação com à concessionária, bem como prever os reajustes na sua mensalidade.
Graças a esses benefícios, a adoção deste modelo tem crescido bastante. Em 2015, apenas 45 consumidores eram atendidos pela geração solar compartilhada, número que chegou a 5.635 em março deste ano, segundo dados da Aneel e da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica).
Fazenda solar: quem pode montar uma?
Fazenda ou condomínio solar é o nome dado à modalidade de geração de energia solar convertida em créditos destinados a atender imóveis de diferentes pessoas ou empresas localizadas na mesma região.
Existem dois cenários de fazenda solar possíveis: uma cooperativa ou consórcio de consumidores pode se unir para gerar sua própria energia, como os moradores de um prédio ou uma empresa com várias filiais, ou um grupo de empresários investidores pode criar uma fazenda para gerar energia para si e comercializar o excedente.
Uma vez que os créditos obtidos podem ser compensados das contas de luz de pessoas com CPFs ou CNPJs diferentes, é admissível “alugar” um pedaço da fazenda para interessados, destinando os créditos a quaisquer imóveis da mesma área de concessão.
Antes de estabelecer qualquer condomínio solar, no entanto, é muito importante buscar ajuda especializada. Sem o auxílio de profissionais no projeto e homologação da fazenda, você pode acabar com um sistema de energia solar ineficiente ou fora do padrão legal.
Quando vale a pena assinar energia solar?
Esse modelo é interessante principalmente para quem não têm capacidade técnica para receber um sistema de energia solar fotovoltaica, como pessoas que moram em apartamentos pequenos sem espaço para as placas solares, ou em uma casa cujo telhado é inadequado para este tipo de instalação.
Também é uma excelente alternativa para pessoas que vivem ou empreendem em imóveis alugados e se mudam com frequência.
Por fim, pode ser uma opção para quem não possui capital para investir na instalação de painéis fotovoltaicos, embora já existam muitas linhas de financiamento interessantes destinadas a compra deste tipo de sistema. Como sua manutenção é baixa, o custo de aquisição é o principal entrave: estima-se que o gasto não seja menor do que cerca de R$ 15 mil.
O modelo de assinatura é vantajoso ainda por reduzir o desperdício e trazer mais sustentabilidade, não só pelo uso de energia limpa, mas pelo fato de que você pode acompanhar o seu gasto de forma constante através de um aplicativo. Logo, é geralmente atraente para pequenos negócios, como restaurantes, padarias e outros.
Já no caso de empresas maiores que gastam muita energia e tem espaço para instalar placas, outras modalidades de negócio podem ser mais lucrativas, como o BOT de energia solar.
BOT significa “Build, Operate, Transfer” (ou “construir, operar e transferir”). Nessa modalidade, uma companhia do setor de energia solar é quem faz o investimento para instalar, operar e manter um sistema fotovoltaico exclusivamente para sua empresa, fornecendo-lhe a energia gerada por um determinado período estipulado em contrato.
Esse modelo é parecido com o de assinatura: as tarifas e condições de pagamento são negociadas livremente, com a diferença de que, ao final do contrato, há a transferência dos ativos. O sistema de energia solar passa a ser seu, o que pode levar a uma economia ainda maior por mais anos.
Uma vez que existem muitos modelos de negócio no mercado, antes de decidir qual faz sentido para você, vale a pena pedir um orçamento para a compra de um sistema de energia solar ou mesmo checar a viabilidade da modalidade BOT para sua empresa.
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